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A arte de gestar e suas implicações.


A gestação é um momento único na vida das mulheres. É quando, em geral, se sentem mais inteiras, com maior plenitude e, portanto, se empoderam de uma luz própria que emana e transcende. É considerada uma fase muito especial, talvez uma das mais idealizadas e que, consequentemente, culmina em quadros que vão da regressão, à ambivalência dos sentimentos, formando um turbilhão de emoções, algumas difusas.


Essas alterações também podem ser observadas no homem, ou “pai grávido”.


Durante a gravidez e quando a criança nasce, o casal passa por uma forte influência em vários aspectos de sua vida, sejam pessoais, sociais, conjugais, familiares e/ou profissionais.


Nada é como antes… o que não significa que não seja bom. É apenas diferente. Essa diferença poderá ser agradável (ou não), dependendo do significado próprio da história de vida do casal. Isso traz a necessidade de um olhar individualizado e peculiar à necessidade de cada um.


A mulher quer ser ouvida e acolhida, se possível, por um parceiro (pai grávido) presente e disposto a entender as oscilações de humor e as crises de choro, normalmente por motivos insignificantes, que, porém, têm todo um significado para aquela mulher.


Com o nascimento da criança, a presença e suporte desse pai ( ou de alguém que o substitua). Estar presente é muito mais do que " assistir" ao parto. Tem a ver com a disponibilidade emocional em ajudar, propiciar que essa mãe amamente, intervir para que não haja visitações inoportunas e, se possível, auxiliar nos cuidados neonatais.

Avós conscienciosos, que auxiliam respeitando os limites dos pais também são importantes, estando junto, ora no auxílio doméstico, ora quando convocados a dar um “colinho” etc.


Gostaria de falar apenas do lado bom da gestação, porém, bem sabemos que nem sempre é isso o que acontece.


A gravidez, na verdade, pode nos colocar frente a situações bastante desafiadoras, como o nascimento de uma criança com algum tipo de malformação, por exemplo, que requererá tratamento especializado para o resto da vida. Ou, mesmo, bebes que, infelizmente, não sobrevivem.


Quantas perdas gestacionais enfrentadas? Ou mesmo casais que tentam e tentam, mas a mulher não consegue gestar? Muitas mulheres são encaminhadas para tratamentos invasivos e precisam ser preparadas para os mesmos.


Existem indicações para a Reprodução Assistida, cujo acesso é mínimo para a camada da população carente. Independente de custos, o processo requer um cuidado especial aos pacientes, em vista das possíveis desilusões, quando não há sucesso.


Há casais que optam por adoção e terão que decidir de forma consciente se, de fato, é o que querem. E, após a decisão, se veem às voltas com burocracia e filas enormes para alcançarem a realização desse objetivo.

Haveria muitos outros casos que podem tornar o sonhado processo de gravidez, parto e criação de uma criança algo bem desafiador e doloroso. São aspectos muito importantes e mais comuns do que se imagina. Pedem, sem dúvida, trabalho psicológico dirigido, com acompanhamento e orientação médica concomitante, respeitando as particularidades de cada casal.


Esse trabalho deve ser norteado pela busca das raízes do desejo do casal de ter um bebê. Somente desta forma, pode-se realizar a indicação dos melhores caminhos para engravidar, lidar com decepções ligadas à gravidez ou ao nascimento da criança, ou mesmo, na decisão por uma adoção.


É um ato de muita responsabilidade e compromisso. Quando o processo não corre pelos caminhos esperados - como citado no início deste artigo - a busca por ajuda especializada pode representar o único caminho de superação, com chance de novas tentativas, de forma equilibrada e aberta.


Importante citar que Madre Tereza de Calcutá, foi uma “grande mãe”, sem ter gerado sequer um filho.


Fica aqui para reflexão...





Maria do Carmo Braga do Amaral Tirado

CRP/SP 42.494

Psicóloga Clínica e Obstétrica

Mestre em Ciências da Saúde, pela Unifesp SP

Parceira da Conquistah Consultoria Psicológica +55 11 99197.5701

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