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Síndrome do Pânico


Para falar de Pânico, temos, inicialmente, que transcorrer um pouco sobre a sociedade atual. As pessoas andam mais amedrontadas, sentem maior insegurança, seja por problemas econômicos que vêm assolando o mundo, seja por questões pessoais e familiares. Sem contar aqueles que vivem todas essas problemáticas, concomitantemente. De um lado, a falta de dinheiro, de outro, conflitos que fazem ressurgir depressões e ansiedades, que caminham juntas.


Todos trazemos cargas genéticas que chamamos de “heranças”, bem diferentes daquelas disputadas em processos de inventário. Essas predisposições, por si só, fazem vir a tona algumas patologias e, não incomum nesse pacote, o surgimento de doenças mentais.


E aí vai uma pergunta: por que, numa mesma família, alguns filhos tornam-se, por exemplo, alcoólatras, depressivos etc e outros não? Qual é esse limiar?


Cada um traz na sua história de vida, crenças e dogmas que se perpetuam. Isso é fato! Um filho sempre será diferente de outro, por mais que os pais tentem educá-los do mesmo modo. Aliás, na prática, haverá sim, por vezes, uma certa “preferência”. Porém, o filho “bonzinho”, que corresponde mais às expectativas de seus genitores, nem sempre será, por isso, mais feliz e realizado.


Tudo nasce das expectativas criadas lá na gestação, com o “filho imaginário”, além de outras situações que poderão (ou não), interferir na dinâmica familiar, como: abandono do pai da criança, não aceitação da gestação, um bebê que venha com alguma malformação etc. Ou seja, são muitos os fatos que antecedem à doença mental propriamente dita.


Em certos núcleos familiares, entre vários filhos, um, de algum modo, é “nomeado”, como o “mal fruto”, às vezes, simplesmente porque é uma criança ou jovem que sai um pouco do padrão determinado simbolicamente para aquela família.


Quantas perdas emocionais acontecem em torno de tudo isso…! Pode haver a negação do problema, pais que “fingem” que está tudo bem, evitando entrar em contato com a questão. Isso pode ter um preço alto lá na frente, criando indivíduos ansiosos e, não incomum, depressivos.


Quantos pacientes chegam no consultório dizendo “eu só queria ter sido visto e ouvido”. Essa visão extrapola cuidados de alimentação, higiene etc. É ser visto, enxergado com os olhos do “coração”, é ser ouvido nas suas reais necessidades, que vão além do básico.


Muitos casos nascem até do excesso de bens materiais: a criança cresce achando que não terá que lutar por nada, não tem a experiência da frustração. Só que a vida muda de norte, fortunas se perdem, casamentos são dissolvidos, protetores morrem. Ou seja, ousamos dizer que “não estamos aqui para passar eternas férias”. Temos que aprender com a vida, tanto com as coisas boas, que felizmente são muitas, mas também com as “não tão boas”.


Segundo alguns dados estatísticos, o Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo e o quinto em casos de depressão. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgadas recentemente, 9,3% dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade e a depressão afeta 5,8% da população, com aumento assustador desse índice em função do longo período de permanência do coronavírus no nosso meio. Se já éramos considerados o país mais ansioso do mundo desde 2017 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), imaginem agora, no cenário atual (https://sindjustica.com ›27/05/2020).


Existem situações normais de ansiedade quando, por exemplo, vamos fazer uma entrevista de emprego. Não seria de se surpreender se, neste caso começássemos a tremer, sentir náuseas, formigamentos etc, no momento da entrevista.


O transtorno de ansiedade precisa ser visto de perto por uma equipe médica competente; muitas vezes há a necessidade do uso de ansiolíticos e antidepressivos (não incomum). Psicoterapias também são muito bem-vindas.

Se nada for feito, a possibilidade de um agravamento é muito grande, podendo surgir, algumas vezes, a Síndrome do Pânico.


A sintomatologia para os transtornos de ansiedade pode ser variada, como: dor torácica, sensação de engasgo, tontura, náusea, sudorese, falta de ar, agitação, formigamento das mãos, arrepio, etc. Nem sempre ocorrem todos esses efeitos conjuntamente. O paciente narra e sente como um vivência real, embora exames clínicos e laboratoriais no momento da “crise”, não detectem problema efetivo ou levem a um diagnóstico de patologia. Porém, a sintomatologia intensa, muitas vezes, induz ser confundida com um quadro cardiológico, por exemplo.


Os transtornos de ansiedade são caracterizados por um período breve em que a pessoa sente angústia, ansiedade e medo extremo. O início é súbito e sempre acompanhado por sintomas físicos e/ou emocionais.


Já a síndrome ou transtorno do pânico é caracterizada pela ocorrência repentina, imprevisível e inexplicável de crises de ansiedade aguda marcadas por muito medo e desespero, somadas a sintomas físicos e emocionais aterrorizantes que atingem sua intensidade máxima em até dez minutos. Nesse momento haverá um comportamento de evitação de situações, quando o paciente deixa de sair de casa, de se expor e frequentar locais públicos com o medo de passar por novas crises. É o medo do medo.


Existem quadros fóbicos específicos, como por exemplo, fobia de água (aquafobia) - o indivíduo não entra no mar e na piscina com receio de uma sensação designada por pacientes como “de morte”. Contudo, em outros casos, a designação é, comumente, “do nada, comecei a passar mal”, muito característico da citada síndrome.

Em ambas situações o medicamento auxilia muito, mas a psicoterapia pode captar outras origens, a maior parte advinda da primeira infância. As relações primárias criam marcas importantes na vida futura. Além, claro, de questões hereditárias e ambientais.


Nossos artigos envolvem muito a questão da responsabilidade familiar como sustentáculo para as crianças e jovens. Afinal, eles são o futuro! E que futuro é esse, absolutamente ansioso e deprimido? Ou enfrentamos tudo isso ou nos perderemos em estatísticas pouco animadoras.


Captar o problema e minimizar os efeitos é o início. Encontrar meios de suavizar o sofrimento psíquico é quase uma obrigação. Se quisermos melhores estatísticas temos que começar por nós próprios. A mudança vem de dentro para fora.


Reconhecer o medo que nos assola é uma forma de enfrentamento, não podemos “negar” que vivemos um momento diferenciado no planeta. Admitir que agora é tudo diferente, que há muitas mudanças no comportamento das pessoas, pode ser o primeiro passo para uma melhora efetiva.


Observamos nas ruas, indivíduos sem o uso devido de máscaras e há muitos que não entenderam direito o porquê do distanciamento social. Algumas pequenas mudanças de hábitos podem favorecer maior segurança (sua e do outro) e evitar estresses desnecessários e quadros ansiosos maiores.


Olhar para tudo isso com carinho e compaixão talvez alivie as dores da alma, que são infindavelmente maiores do que as dores financeiras, por exemplo. Pessoas ganham, pessoas perdem dinheiro; mas sentimentos, esses sempre serão mais pungentes. A insegurança atual conduz mesmo à ansiedade, e a sua prima-irmã, a depressão. Mas se nos fixarmos só na parte ruim da coisa, qual será o aprendizado com tudo isso?


Nunca houve tanto apelo tecnológico! Temos cursos, workshops, palestras, lives, consertos musicais e peças teatrais ao nosso dispor. Nunca se falou tanto em espiritualidade. Será que é por acaso? Não nos faltam técnicas respiratórias, meditações e relaxamentos para suavizar esse momento conflituoso. E perguntamos: o que nos impede de parar um pouco e buscar essas estratégias?

Se não pudermos ir a uma academia, ao menos uma caminhada podemos fazer, ou, quem sabe, dançarmos em casa mesmo, com nosso fone de ouvido. O momento pandêmico nos colocou frente a frente, com o que realmente somos.

Que tal cuidarmos mais de nós mesmos e daqueles que estão ao nosso lado?


O médico psiquiatra existe para nos diagnosticar e medicar; a psicologia, para entrarmos mais em contato com nós mesmos; mas existe um grande manancial que está no âmago individual e, esse, ninguém tira. Potencializá-lo depende de cada um. Sem medo, com maior segurança e vontade. Passos só são dados se nos permitirmos cair algumas vezes e, nem por isso, deixarmos de levantar e seguir adiante. Assim é a vida, assim somos nós.


A decisão é nossa! Só nossa!


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Conquistah Consultoria Psicológica

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