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Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)


O Transtorno de Ansiedade, tão comum neste momento, é descrito como um distúrbio de saúde mental, caracterizado pelo medo (sem aparente causa), sentimentos de preocupação e ansiedade. Para que seja considerado um transtorno, existe a necessidade de que haja uma interferência nas atividades do dia a dia, causando algum prejuízo na vida familiar, profissional e pessoal do indivíduo.


Temos 3 subdivisões do Transtorno de Ansiedade: Ataques de Pânico, Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Estresse Pós-Traumático.


Neste artigo, vamos nos deter no tema proposto acima: o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC).


A definição do Transtorno Obsessivo Compulsivo-TOC caracteriza-o pela presença de obsessões e/ou compulsões. Portanto, estão ligados a pensamentos excessivos e comportamentos repetitivos.


Podemos, para elucidação separá-lo sob 2 aspectos principais:

- Transtorno obsessivo-compulsivo pré-clínico – as obsessões e rituais se repetem com frequência, mas não chegam a atrapalhar a vida da pessoa.

- Transtorno obsessivo-compulsivo propriamente dito: as obsessões persistem até que seja realizada a ação da compulsão, que aliviará a ansiedade, podendo atrapalhar e interferir no cotidiano da pessoa.

Qual de nós já não vislumbrou situações em que o indivíduo precisa, antes de sair de casa, verificar mais de uma vez se fechou o gás ou apagou a luz? Não necessariamente essas pessoas deixarão de trabalhar ou estudar por isso. A maior parte das vezes, não procuram ajuda profissional e até acham “importante” cumprir esses rituais, baseadas na crença de que estão sendo cuidadosas com a segurança ou bem-estar da casa.

Porém, em outros casos, a ritualização, se torna sistemática, persistente e, enquanto o indivíduo não “cumpre” aquele ritual, não fica tranquilo. Do mesmo modo que, naquele momento, fica menos ansioso, ele se escraviza.


Tivemos a oportunidade de atender gestantes de risco, cujo “TOC” as fazia, por exemplo, levar mais de 2 horas no banho, além de outras ritualizações. Fatalmente isso seria prejudicial no puerpério (imediato), quando é fadado à mãe, dormir pouco, além de cumprir “n” tarefas, como amamentação, troca e banho do bebê e cuidados naturais nesse período. Essa fase é marcada, também, pelo turbilhão hormonal e emocional que toda puérpera tem que enfrentar.


Trabalhar situações como essas esbarra na necessidade medicamentosa urgente, que nem sempre se coaduna com a amamentação. Requer, portanto, não só atenção especial à mulher, como também um trabalho psicopedagógico junto ao esposo ou companheiro e a toda família que esteja disponível a ajudar.


Estamos falando de situações atípicas, contudo reais. Não é incomum vislumbrarmos famílias que desenvolveram “TOC” por influência de mães muito rígidas, que usavam expressões valorizando e exacerbando valores por meio de falas como - “fulana é limpinha, ela é ótima!”. Esse tipo de discurso pode gerar marcas inconscientes, interpretadas pelos filhos como: “só serei aceito(a) se for limpo(a)”. Essa pessoa pode desenvolver a atitude de, exageradamente, lavar as mãos, tomar vários banhos por dia, fazer brilhar louças, móveis etc.


Muitas vezes isso é passado de mãe para filha e assim sucessivamente. Quebrar ciclos não é fácil, especialmente se estão ligados a fatores mais sutis e primários.


Certa feita, tentávamos entender o transtorno de uma paciente que, depois de longo tempo, conseguiu verbalizar uma situação pregressa de sua infância, de cunho sexual, com um parente. O estresse pós-traumático provocado por aquele ato culminou no “TOC” em adulta. O “ato sujo” do qual fora vítima, não trabalhado e nem verbalizado, virou uma patologia. Isso ocorre com muitas mulheres e homens que foram vitimizados e “engoliram” o trauma. Porém, não existe meio de sufocar um grande mal, sem que seja liberado de algum modo.


Claro, cada caso é um caso…


Com a pandemia, em um período de vivências atípicas, vemos o número de depressões e quadros de ansiedade tornarem-se cada vez mais frequentes. A própria proximidade dos familiares num espaço, às vezes, exíguo, junto com filhos (crianças e/ou adolescentes), que igualmente sofrem os impactos e os medos desse momento, torna comum submergir o “TOC”. Na atualidade, percebemos famílias disfuncionais.


É uma geração que, até para ir à esquina, precisa se preocupar com máscara, álcool gel, desinfetantes para calçados e tecidos etc. A própria volta à escola pressupõe um ritual, no qual “manias” viram coisas praticamente “normais”. Só que não… no futuro isso terá algum tipo de repercussão. Portanto, aproveitem agora para refletir a respeito.


O nosso propósito é, exatamente, fazê-los pensar sobre tudo isso e tentar objetivar possibilidades de melhoria, sem deixar de lado os cuidados básicos de higiene e saúde que se fazem necessários neste momento.


Sugerimos que pensemos sobre a premissa de que o excesso não nos tolha e impeça de seguirmos adiante, mesmo sob eventuais dificuldades.


Muitas vezes a “limpeza mental” é mais importante do que a física, embora ainda dependamos desta última. Limpar a mente daquilo que realmente “nos suja”, “nos neutraliza”, “nos paralisa”, talvez seja a grande jogada para o momento. Não existe álcool gel para a alma!


Pensemos nisso, com carinho.


A decisão é nossa! Só nossa!

Eliana Aparecida Conquista

Crp/SP 06/42479

Eliana Aparecida Conquistah Consultoria em Psicologia

CNPJ: 36.586.648/0001-39

Crp/SP 06/8377J



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