top of page

E qual é o seu temor?



Cada qual tem a sua resposta… E se estudarmos autores variados, também encontraremos muitas formas em lidar com o medo, com o temor.


Diferentemente do que o senso comum preconiza, o temor nem sempre é cem por cento inconsciente; temer pegar a COVID, por exemplo, é considerado, até certo ponto, normal. Do mesmo modo, outros medos, como de violência, de perder o ente amado, o emprego etc., nada disso é considerado patológico.


Algumas vezes, basta focarmos nos nossos sentimentos e comportamentos, que conseguiremos vencer de forma natural alguns temores. Porém, existem aqueles introjetados em nossa mente e mais profundos. Esses, com certeza, nos trazem dificuldades de lidar com certas situações da vida.


Por exemplo, se tenho temor a água, posso perfeitamente evitá-la, não entrando no mar e na piscina. Contudo, se um dia for obrigada a me expor ao fator desencadeante desse temor, é possível que assuma quadros que cheguem a uma fobia (aquafobia). O mecanismo de fuga faz com que eu me afaste de uma possível reabilitação.


E o que é fobia? É quando há uma exacerbação desses temores, desencadeando sensações muito fortes, como reações taquicárdicas (aceleração dos batimentos cardíacos), falta de ar, sensação de morte eminente etc. O indivíduo até consegue perceber a irracionalidade frente ao evento, mas não consegue controlá-lo.


De maneira geral, não existe um padrão clássico para o desencadeamento de uma fobia. Mas na clínica diária se observa alguns padrões sustentados, pela maior parte dos médicos, como: idade, histórico familiar e evento traumático.


Muitos desenvolvem desde a infância, é como se trouxessem isso nos seus genes; outros, por educação, quadro hereditário ou stress pós-traumático. Entendendo que cada caso é um caso.


Na minha experiência de anos com gestantes, observei que a gravidez

desencadeia temores absolutamente normais, em face às possíveis mudanças frente a vinda do bebê, mas que não necessariamente culminavam em quadros mais graves. Contudo, dependendo do padrão psíquico dessas mães, tipo de personalidade etc., algumas desenvolviam medos “aparentemente injustificáveis” que, se não tratados, podiam acarretar sequelas emocionais importantes.

Uma coisa é certa: o ser humano, no geral, é produto da somatória de suas experiências, daquilo que traz geneticamente, daquilo que o meio impõe e mais a sua capacidade individual de resiliência, que possibilita encarar as dificuldades de maneira melhor (ou pior).


Pela necessidade do momento atual, temos que olhar profundamente dentro de nós. Passarmos a vida nos culpabilizando ou culpando o outro, não renderá frutos que possam ser colhidos e levados adiante.


Segundo William Shakespeare “nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar”.


Correr riscos, não significa em absoluto, fazer coisas “mirabolantes”, expor sua vida e a de quem está ao redor. Não é isso! É poder confiar mais em si e no outro, propiciando melhoria (se possível) para todos.



Se pegarmos a pandemia, por exemplo, vemos pessoas se digladiando na TV ou na sociedade, por motivos absolutamente pessoais e/ou partidários, deixando de lado o bem comum. Isso acarreta uma sociedade assustada e temerosa, ora com medo em tomar vacina, ora por ter perdido a fé na ciência e no ser humano.


É chegada a hora de olharmos para dentro de nós mesmos e decidirmos se queremos continuar nessa leva de inquietação ou evoluirmos para algo melhor. Dá trabalho refletir, buscar ajuda, criticar menos, dá muito trabalho!

Mas a vida é o que é: uma grande oportunidade de podermos testar nossas capacidades, pondo à prova as aptidões que trouxemos e aquelas que incrementamos.


A COVID está propiciando muitos enfrentamentos às pessoas. Alguns, com tanto medo de pegar o vírus, limpam suas casas de maneira neurotizante, podendo, de um quadro de ansiedade comum, desenvolver TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo). Necessitarão, provavelmente, de ajuda médica e psicológica para sair desse quadro.


Há aqueles que, simplesmente, “negam” o vírus, tentando levar a vida como se nada houvesse. Há, também, aqueles que alardeiam as mídias sociais, num processo também patológico. Como não “dão conta” de suas próprias angústias, incendeiam nosso WhatsApp e demais redes, com fakes. Depende de cada um, saber filtrar o que lê e vê, e tirar para si algumas sábias lições.


Platão (427.428 a.C. a 348 a.C.), afirmou: “Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo de escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz”. Pensemos nisso, com carinho!


A luz abre, desperta, clareia a mente, as ideias, impulsiona o coração, é foco simbólico de sentimentos. Entretanto, esses sentimentos podem ser bons ou maus.


Pelo nosso livre arbítrio definimos aquilo que desejamos para nós próprios.

Enfatizo que o mundo precisa de melhores escolhas, melhores enfrentamentos, menos medos e pavores, mais humanidade.



A decisão é nossa! Só nossa!


3468



Colunista: Maria do Carmo Braga do Amaral Tirado

Psicóloga: CRP 06/42494 Parceira Conquistah Consultoria Psicológica













Eliana Aparecida Conquista

Crp/SP 06/42479

Eliana Aparecida Conquistah Consultoria em Psicologia

CNPJ: 36.586.648/0001-39

Crp/SP 06/8377J

75 visualizações

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page