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Natal- Tempo de Amar!

Por Maria do Carmo Braga do Amaral Tirado - Psicologa

CRP/SP 06/42494

Quando se pensa em Natal, logo de pronto vem a nossa mente, a ideia de uma mesa farta, lotada de presentes, de preferência bem caros.


A mídia, cada ano que passa, oferta “mil opções”, desde Black Friday até lindos Papais Noéis que cantam, dançam, atraindo a atenção de quem passa. Afora os pisca-piscas de diferenciadas cores, que fazem nossos olhos se deleitarem com tantos atrativos.


As mesas oferecidas não podem deixar de lado tradicionais rabanadas, bacalhaus, pernil etc., ou seja, nos comparamos a banquetes da antiga Grécia. Não podemos ficar pra trás...


As roupas têm que ser novas, de preferência na moda, com caimento perfeito, calçados impecáveis... Tudo isso seguido à risca. As crianças correm ao redor da mesa, ansiosas e irrequietas, afinal estão aguardando os presentes que, no mínimo, serão incríveis videogames, bonecas da última geração, igual aos coleguinhas da escola. São tantos detalhes, que deixariam com inveja os melhores anfitriões - não pode faltar o candelabro, os castiçais, mesclados por enfeites radiantes.


Muito tempo antes, iniciam-se os gastos, que nem o maior décimo terceiro daria conta. E assim, vamos nos vangloriando que nossos quitutes são os melhores, nossas casas, agora pós pandemia, as mais cheias. Tudo perfeito! Ainda com certas limitações, estamos saindo mais do que nos últimos 2 anos, e, portanto, prestes a nos reunirmos com amigos; rever colegas de trabalho e até termos as festas das grandes empresas, que eventualmente aproveitam o momento para fechar alguns negócios.


Afinal a empresa não pode parar. Não podemos esquecer das passadinhas no shopping center, onde compraremos as lembranças do amigo oculto, tão esperado nesse ano, afinal as taxas das cepas do Coronavírus estão ligeiramente melhores e o número de pessoas vacinadas é bem promissor. E em vista de tantos apelos televisivos e da mídia em geral, ficamos chocados quando tomamos conhecimento que, nem todos os indivíduos se sentem bem em festas natalinas.


Mas como assim? Não é um momento mágico que escolho os melhores presentes, como delícias, dou muitas risadas? E, ainda por cima, posso até fechar negócios na festa empresarial? E agora vai começar a nossa análise: para os cristãos, o Natal significa o aniversário do nascimento de Jesus, pelas mensagens que deixou na Terra de amar ao próximo, como a si mesmo.


Além disso, pressupostos como “fora da caridade não há salvação”, entre outros ditados através das parábolas, constantes no Novo Testamento Bíblico. Através de Francisco de Assis, que idealizou o primeiro presépio, algumas figuras foram incluídas com o passar do tempo.


Como o Papai Noel, que tanta alegria traz a meninada. No transcorrer dos anos, em especial sob influência americana, começamos a criar um mundo fictício, onde só há felicidade, as pessoas são lindas e todos se dão muito bem. Igualzinho nos filmes. Só que não!


O mundo nem sempre é flores, existem pessoas no Brasil que não têm nada para comer, temos crianças descalças em quase todo farol, famílias desempregadas sedentas por uma oportunidade, mas sem escolaridade suficiente. Essas mesmas crianças olham pelas vitrines das lojas, as roupas e calçados que ficam só na imaginação, porém o desejo em ter aquele objeto, aquele tênis, comer aquela comida, é inerente ao ser humano, trazendo inúmeros problemas sociais, advindos dos excessos absolutamente desnecessários para uma vida digna, sem luxo.


Por mais que o Papai Noel seja positivo no imaginário da criança, temos que entender que os príncipes e princesas de hoje - afinal é assim que são tratados pelos pais e avós - serão homens feitos um dia e terão que aprender a se sensibilizar pelo outro, serão nossos futuros políticos e pessoas que atuarão nas empresas.


Se eu passo somente a fantasia de um mundo imaginário, mas não mostro aos meus o outro lado, que Natal é esse? Enquanto Psicóloga, me deparo com alto grau de depressão nessa época, muitas vezes a pessoa busca a resposta no externo e não a encontra. Há casos em que as circunstâncias são adversas, uma separação, uma morte de parente próximo e tantos outros lutos. Mas há pessoas que, simplesmente, se entristecem.


O essencial só consegue ser atingido no verdadeiro espírito natalino - fortemente presente no mês de dezembro - para quem tem olhos mais voltados ao coração. Minha proposta e da Conquistah, é que cada um que ler esse artigo compre um brinquedo e doe a uma criança carente.


Se puder, distribua mais, faça uma cesta básica, vá uma comunidade e entregue. Se tiver receio, existe, só na Capital e nas cidades circunvizinhas, uma quantidade infindável de instituições filantrópicas, muitas no vermelho por conta do efeito dominó da pandemia. Se o seu coração mandar, filie-se a uma delas, dê sua contribuição.


Faça a diferença! Não estou falando aqui, de religião ou crença, mas de pensar um pouco, o quê Jesus faria? Para quê deixou suas mensagens? Só para nós deleitarmos em grandes e fartos jantares e ainda por cima ficarmos entristecidos com tudo isso? Abra sua porta na noite de Natal para o Mestre entrar e deixe que atue sobre seu ser uma emanação de Luz e Amor.


Pegue essa força renovadora e saia um pouco de si e comece realmente a olhar ao redor.


Quem sabe será tocado? Tente demonstrar seu afeto a quem mais precisa, talvez seja esse seu grande presente. Você dá e recebe em dobro, carinho, afeto e sorrisos. Você merece esse Natal de Amor!


A decisão é nossa! Só nossa!

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