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O que os idosos nos ensinam?


Particularmente, quando penso em pessoas idosas, não tenho como não lembrar, saudosamente de minha genitora.


A convivência com ela, por longos anos e diariamente, me fez entender um pouco mais esse mundo, no qual deixamos de ser cuidados e passamos a ser cuidadores.


Havia um misto de sentimentos, de um lado àquela que sempre se preocupou se eu havia comido ou me agasalhado, mesmo depois de anos de casada e o outro lado que precisei aprender a entender e conviver, com sua velhice.


Minha mãe morreu perto dos 99 anos. Uma vida de muita luta e pouco luxo. Mas ela foi feliz com o que tinha.


Infelizmente, nos últimos anos começou a se tornar dependente, não só fisicamente, mas também emocionalmente.


Embora eu contasse com ajuda de terceiros, para os cuidados básicos, trocas de fraldas, banho etc., ainda assim em muitos momentos percebi que envelhecer é uma arte, que não é ensinada nas escolas.


Num primeiro momento a dificuldade maior é de ouvirmos os mesmos assuntos, passando depois para intermináveis perguntas, que se repetem. E assim, lembro que respondia passo a passo com paciência e aprendi que é natural e esperado que haja um decréscimo na capacidade de discernimento à medida que envelhecemos, mas que isso se torna mais visível, quando efetivamente convivemos com essa realidade.


Descobri que abrir mão de algumas coisas, para ficar com minha mãe, foi a melhor coisa que fiz. Não me arrependo por tê-lo feito. Quando ela faleceu, senti que havia cumprido o meu papel de filha, assim como ela cumprira como mãe abnegada e dedicada, que a vida toda se dedicou exclusivamente aos filhos.


Não fui uma filha perfeita, nem ela tampouco foi uma mãe perfeita; cometemos os nossos deslizes, como todo mundo. Mas minha família teve uma característica própria, todos irmãos colaboraram para que minha genitora tivesse qualidade de vida, mesmo em face alguns problemas de saúde que se agravaram, pela idade. Mesmo assim, ela permanecia, sem problema cardiológico, diabetes, pressão alta, colesterol, etc. Pode-se dizer que sempre foi uma exceção; seguia à risca o que os médicos falavam e nunca reclamava. Claro, que nos últimos anos a cabeça não funcionava como antes e se entediava com barulho, quando iam trocá-la. Talvez se sentisse “invadida”. Nada fácil depender de terceiros para tudo.


Isso nos faz pensar um pouco, sobre a arte de envelhecer...



A vida toda somos impelidos a trabalhar e estudar muito, a sermos ativos o tempo todo e nem sempre paramos para pensar, que um dia teremos que enfrentar essa realidade.


O Brasil está envelhecendo muito mais do que há anos atrás.


As “senhorinhas” de outrora, com roupas simples e que ficavam em casa, fazendo tricô, quase não existem mais. Na atualidade, se proliferam as Universidades para a Terceira Idade, os Grupos de Encontro de idosos, os bailes para a terceira e quarta idade, àquelas que realizam trabalhos voluntários, as que fazem parte de instituições religiosas, nos quais partilham de bingos, quermesses e outras atividades. Afora os cursos de informática para idosos, que se proliferam, pela demanda.


Isso mostra uma nova realidade, que a sociedade ainda não se adaptou muito bem. Ora querem que seus pais ainda sejam os provedores mesmo com idade avançada, ora querem que eles hajam como jovens. Isso não é possível!


Em termos biológicos é esperado que haja um decréscimo natural, que dependerá muito do estilo de vida de cada um, Lógico, que quem não fuma, bebe socialmente apenas, procura deixar seus exames em dia, pratica alguma atividade física, procura algum lazer, sairá à frente daqueles mais ociosos.


Mas tem outro aspecto importante - pessoas mais positivas, tornam-se mais bem humoradas e fatalmente envelhecem melhor. Àquelas também que conseguem interagir socialmente, mas que evitam invadir a privacidade da vida dos filhos, além de manter bons amigos, tendendo a envelhecer com maior qualidade de vida.


Isso é um exemplo que temos que tirar para nós próprios que já estamos na terceira idade, ou que pretendemos chegar lá...


Os idosos nos passam vasta experiência, de abnegação e de amor; temos que nos colocar no lugar dos mesmos.


Não podemos exigir que hajam conforme nossos gostos e desejos; temos que aprender a ouvir sim, as mesmas histórias, que por sinal fizeram parte integrante de nossas vidas e que nos fizeram nos tornar melhores enquanto seres humanos. Amanhã, é isso que deixaremos como legado. Talvez, sejamos um pouco diferentes, porque tudo evolui.


Mas também faremos esse papel e que tenhamos discernimento suficiente em poder olhar pra trás, com orgulho pelo que plantamos.


Nossos idosos cultivaram a vida toda belas sementes a serem colhidas em tempo próprio, cada um olhará para sua própria história e verá um pouco em si, dos almoços de família da infância, das conversas pregressas, das músicas, dos bons tempos etc.


Nosso passado é permeado de lembranças que muitas vezes vieram das raízes plantadas, por aqueles que nos antecederam.


Algumas boas, outras nem tanto, mas todas nos ajudaram a amadurecer e nos fortaleceram como exemplos de vida, de integridade e de esperança.



Portanto, respeitemos o idoso!


A sociedade atual está muito mais focada no excesso de materialismo do que nos princípios que muitos dos nossos “velhos” nos deixaram.


Esqueceram que a vida mais simples propiciava conversas em família, brincadeiras ao ar livre, almoços menos “enlatados”. Nossos antepassados conseguiram viver sem internet e tinham mais tempo para conversar com os filhos e mimar os netos.


Sei que tudo mudou e não sou contra à evolução, mas sejamos francos que bom o tempo em que as pessoas se falavam mais pessoalmente, visitavam os avós aos domingos e faziam passeios em parques públicos com a família.


Hoje mal podemos sair de casa, com medo em sermos assaltados, estamos sempre aflitos com o tempo e mal olhamos nos olhos de nossos idosos.


Esquecemos da base que eles nos passaram e pior esquecemos que provavelmente chegaremos lá...


A FORMA COM QUE CUIDAMOS DOS NOSSOS SERÁ O REFLEXO DE COMO SEREMOS CUIDADOS.


Frase de um idoso: Eu sou e me vejo diferente, mas sou um ser humano e preciso de muito amor e carinho.


Não esqueçam: Filhos essa fase é passageira... Me ame, simples assim...


A DECISÃO É NOSSA! SÓ NOSSA!



Conquistah Consultoria em Gestão de Pessoas

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